quinta-feira

WAZZABI convida ZIMBHER, IARA RENNÓ e GUILHERME KASTRUP____Bar Kabul - SP 14/04

            Na última quarta-feira (14/04), no centro da cidade de São Paulo, em pequeno clube chamado KABUL, corpos e mãos, vozes e mentes, se reuniram para mostrar que arte e criação existem para serem usadas e reinventadas para seu próprio bem. O Duo dinamarquês WAZZABI, fundado em 2005, pelos músicos/ produtores THOR MADSEN e ANDERS HENTZE, convidou a percussão inventiva de GUILHERME KASTRUP, junto com o canto e verso dos performáticos cantores CARLOS ZIMBHER e IARA RENNÓ, para participarem dos shows que estão fazendo em São Paulo, durante uma breve passagem pela cidade.


                            foto: Denise Invamoto


               CARLOS ZIMBHER, dono de uma voz forte e dramática, flerta muitíssimo bem com as linhas musicais do Duo, transformando o palco em lugar sagrado, onde paixão e loucura, suor e lágrimas, contracenam com jazz, rock e poesias explosivas.




                        foto: Denise Invamoto


               Não menos elegante nem menos apaixonada, foi a atuação de IARA RENNÓ, extrapolando os limites do experimental, com um canto limpo, claro e potente. Em bela improvisação corporal, Iara percorreu música indiana clássica, canções de trabalho brasileiras e vanguardismo popular, com vigor latejante, conteporâneo e ultra-vivo. A própria Iara diz, sobre a vivacidade da música: " O que importa é a sensação de música-viva acontecendo, e claro, dentro da linguagem e forma estabelecida, no caso, o jazz-rock-eletrônico do WAZZABI".


                        
                        foto: Denise Invamoto
            
                Da música-viva, bateria, guitarra e programações eletrônicas do grupo formaram profunda sinergia musical com o que GUILHERME KASTRUP faz muito bem. Levadas em um pandeiro maroto e suingante, de bonito timbre, entraram em sintonia fina com as idéias do duo dinamarquês, sejam em baião ou partido-alto, mostrados sempre em formas anti-convencionais, ou em toques arabescos de divisões incomuns, envoltos em um senso de condução rítmica "monstruosa" junto ao baterista ANDERS HENTZE.
            Sensorial, espiritual, técnico. O que quer que se diga sobre esse show, é pouca definição para a música e cena apresentada ontem pelo WAZZABI e convidados. É sempre um prazer ouvir e sentir um espetáculo entre pessoas que transformam música pra fora de seus limites tradicionais, e que reverenciam o ser experimental e universal dentro da arte. Jazz, música eletrônica e poesia brasileira mostram que,  combinados, é bálsamo contra mesmice criativa que assola seres por aqui, ali, ou acolá. Viva a música-viva.